Atualmente, é muito
comum depararmo-nos com pessoas na rua e, principalmente, em ambiente
desportivo, com “adesivos” de várias cores nas costas, nos braços, nas pernas,
nos ombros, nos pés. Já no pescoço e na cara não é tão vulgar.
Estes ditos “adesivos” são
bandas com propriedades idênticas às da pele humana, desenvolvidas pelo Dr.
Kenzo Kase, na década de 70, de forma a assistir o movimento de todo o ser vivo
e, consequentemente, auxiliando na recuperação e manutenção da saúde. Ou seja,
de forma seletiva, sustentam o movimento de um determinado músculo ou de grupos
musculares, através de estímulos enviados aos recetores da pele.
Contudo, tal como outros métodos, este também possui
algumas contraindicações e, em certos casos, são requeridas algumas precauções.
Devido ao facto das bandas não serem estéreis, a sua aplicação deve ser evitada
em feridas abertas. O seu uso também não está indicado em casos do foro
oncológico e em problemas dérmicos. Uma vez que a sua ativação aumenta com o
calor (propriedade termoactiva) deve ser evitada a exposição ao sol ou a
temperaturas elevadas. Outras precauções constituem a aplicação sobre locais
onde possam existir trombos sanguíneos e em pontos específicos em diabéticos e
na gravidez.
A Terapia da Fala, ao
contrário do que se pensa habitualmente, não é uma valência que apenas trata
problemas de fala, mas engloba ainda a prevenção, a avaliação e a intervenção
em toda a comunicação humana e nas suas perturbações (voz, fala, linguagem oral
e escrita, comunicação não verbal) bem como nas alterações referentes às
funções estomatognáticas (respiração, fala, mastigação, deglutição e sucção).
A partir disto, podemos
observar que o Terapeuta da Fala trabalha com músculos (faciais e cervicais) e
articulações (articulação temporo-mandibular), podendo recorrer, de forma a
otimizar e a acelerar a sua intervenção, às Bandas Neuromusculares, conhecidas
também como “Kinesio Tape”. Todavia, é de salientar que estas, só por si, não
irão resolver o problema, persistindo a necessidade da intervenção do
Terapeuta, que deverá englobar diversas técnicas para que o resultado seja o
delineado.
Este profissional, com
habilitação para a utilização deste método, poderá ser auxiliado em casos
referentes: à Articulação Temporo-Mandibular (ATM), indivíduos com dor facial,
estalido ou ressalto ao abrir a boca; em paralisias ou diminuição do movimento
dos músculos da face e do pescoço; ao mau posicionamento de língua; à produção
exagerada de saliva ou ao controlo de saliva na boca; à respiração (respiração
oral, sinusite); à hipo ou à hiperfuncionalidade dos músculos; à voz, como
tensão, rouquidão ou até em casos de paralisias das pregas vocais; à disfagia
(engasgos frequentes e dificuldade em engolir); entre outros distúrbios
referentes às funções já mencionadas.
Ou seja, resumidamente,
o Terapeuta da Fala, recorrendo a este método, procura melhorar o movimento dos
músculos faciais e cervicais, adequar a sua tonicidade e, até mesmo,
interiorizar posturas mais adequadas.
Desta forma, não
estranhe se se deparar com alguém com estas “fitas” na cara, pois já sabe quais
poderão ser os seus objetivos. Alerto apenas para a importância de verificação
se estas estão a ser aplicadas por um profissional com formação no assunto,
isto devido à especificidade do método e devido à complexidade da musculatura
facial e cervical.
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