O principal objetivo deste Blogue é dar a conhecer as diversas áreas de intervenção de um Terapeuta da Fala e qual o seu trabalho nas mesmas.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A Respiração Oral e a Terapia da Fala


Uma das áreas de intervenção do Terapeuta da Fala, como já referi em publicações anteriores, é a motricidade orofacial, sendo que esta tem como principal objetivo propiciar a harmonia das funções estomatognáticas (respiração, fala, mastigação, deglutição e sucção), promovendo um equilíbrio miofuncional. Logo, o Terapeuta da Fala tem um papel fulcral na reabilitação de uma pessoa que respire pela boca (respirador oral).

A respiração, para além de ser uma função vital, proporciona o desenvolvimento craniofacial. Posto isto, o modo de respiração considerado mais adequado é o nasal, pois o nariz tem a capacidade de filtrar, aquecer e humidificar o ar, todavia, nem sempre este modo é possível, surgindo alguns “bloqueios” nestas vias, como por exemplo, a hipertrofia das adenoides e das amígdalas, sinusite, rinite, entre outras.

Nestas situações o indivíduo irá respirar pela boca, havendo a necessidade de intervenção de uma equipa multidisciplinar, envolvendo o Otorrinolaringologista, o Terapeuta da Fala, o Fisioterapeuta, o Alergologista e, caso necessários, outros especialistas.

Como reparar se é ou não respirador oral?
De seguida estão descritas algumas das características mais comuns. Caso algumas destas sejam observadas frequentemente deverá ser observado por um profissional, como os a cima mencionados.
  • ·         Alterações na fala;
  • ·         Alterações na mastigação;
  • ·         Otites frequentes;
  • ·         Olheiras;
  • ·         Alterações do sono;
  • ·         Alterações da postura corporal;
  • ·         Alterações do rendimento escolar / profissional;
  • ·         Alterações do gosto e do cheiro (paladar e olfato);
  • ·         Face alongada;
  • ·         Alterações da oclusão dentária;
  • ·         Céu da boca “fundo” e “estreito”;
  • ·         Lábios constantemente abertos e secos;
  • ·         Língua flácida e em posição anteriorizada (entre os dentes inferiores e superiores);
  • ·         Flacidez nos músculos da mastigação;
  • ·         Tensão no músculo do queixo;
  • ·         Entre outras.
As alterações são muitas e, algumas delas prejudiciais, fazendo com que hajam modificações na musculatura e nas funções estomatognáticas.

Então, o trabalho do Terapeuta da Fala, numa primeira fase, cinge-se à consciencialização da família/cuidadores e do próprio Utente, ressalvando a importância de uma correta respiração. De seguida, deverá ser realizada uma intervenção muscular, para a correção da tonicidade, postura e movimento de todos os músculos que interferem nas funções estomatognáticas e, por fim, deverá intervir diretamente nestas funções, ou seja, nas que se encontrarem alteradas.

Podemos concluir então que a respiração oral é um hábito nocivo para diversos aspetos do nosso corpo e do seu funcionamento. Infelizmente, em Portugal, ainda não é observada muita procura dos serviços de Terapia da Fala para o auxílio nesta perturbação que, é tomada como “insignificante”. Cabe-me a mim, Terapeuta da Fala, divulgar o nosso trabalho, pois somos profissionais capazes de fazer com que os “respiradores orais” ultrapassem as suas dificuldades, juntamente com uma equipa multidisciplinar.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O Terapeuta da Fala na Neonatologia

Ao contrário do que comummente é pensado, a intervenção do Terapeuta da Fala não se cinge ao acompanhamento de crianças com idade para falar, na verdade, o Terapeuta da Fala deverá intervir logo nos primeiros dias de vida, estimulando a alimentação, de modo a que posteriores problemas de comunicação e de deglutição sejam evitados.
A intervenção do Terapeuta da Fala em Neonatologia, ou seja, com recém-nascidos, é ainda pouco solicitada e pouco conhecida em Portugal. Todavia é de extrema importância para que os problemas de sucção, deglutição e respiração sejam ultrapassados.
Inicialmente dever-se-á ter em atenção a posição do bebé para que haja sucesso da intervenção, bem como para assegurar o contacto entre o bebé e a mãe.
De seguida, o trabalho prende-se à estimulação dos reflexos orais, estando estes ligados à alimentação. Deverá ter-se ainda em conta toda a praxia muscular orofacial, caso esta seja reduzida, deve também ser estimulada (como por exemplo, quando há insuficiente encerramento labial, ou pouco praxia da língua).
Quando surgem dificuldades na sucção, a sua estimulação deverá fazer parte da intervenção, por meio de estímulos tácteis e de sucção não nutritiva, sendo estas técnicas utilizadas antes da refeição.
Outra dificuldade apresentada por alguns neonatos, na qual podemos intervir, refere-se à coordenação da sucção, da deglutição e da respiração.
É fulcral salientar que os problemas de deglutição devem ser detectados precocemente, caso contrário, poderão originar estados de desnutrição, comprometendo a saúde do bebé.
O apoio à família e aos cuidadores, é outro ponto-chave da nossa intervenção, seja para a transmissão de aspectos técnicos para alimentação, como para aspectos mais abrangentes. Para isto, deverão ser dadas orientações, como por exemplo, informar sobre a posição adequada do bebé para e após a alimentação e, para consciencializá-los para a importância da sucção na relação entre a mãe e o bebé.
Então, o principal objectivo da intervenção do Terapeuta da Fala em neonatologia é fazer com que o bebé se alimente por via oral.
Para o sucesso da intervenção é fundamental ainda que haja um trabalho multidisciplinar. Integrando o Pediatra, o Otorrinolaringologista, o Terapeuta da Fala, o Nutricionista, os Enfermeiros, entre outros.
Por fim, é importante demonstrar que a efectividade do Terapeuta da Fala se dá pela sua acção responsável e criteriosa, bem como o respeito pela equipa multidisciplinar e pela família do Utente.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Aquisição da Linguagem

Desconfia que o seu filho apresenta dificuldades na aquisição da linguagem?

Consulte a tabela que apresenta, muito resumidamente, o que é esperado para cada faixa etária.

Consulte um Terapeuta da Fala pois, na maior parte das vezes, o problema é minimizado/ultrapassado. Tendo em conta ainda a importância da intervenção precoce.