O principal objetivo deste Blogue é dar a conhecer as diversas áreas de intervenção de um Terapeuta da Fala e qual o seu trabalho nas mesmas.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O Terapeuta da Fala nos Cuidados Paliativos


Os cuidados paliativos são prestados a utentes em situações decorrentes de doenças incuráveis, em fase avançada e com rápida progressão. Visam promover, o máximo possível, o bem-estar e a qualidade de vida destes doentes, até os seus últimos dias.
Podem ser concebidos em regime de internamento ou ao domicílio, num leque variado de doenças, situações e idades. Englobam vários profissionais, existindo a necessidade de colaboração e cooperação de uma equipa multidisciplinar, envolvendo Enfermeiros, Médicos, Terapeutas da Fala, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, Psicólogos, Assistentes Sociais, entre outros.
E qual é o trabalho do Terapeuta da Fala nesta equipa?
O Terapeuta da Fala, em consenso com toda a equipa multidisciplinar envolvida, orienta e acompanha o utente e todos os seus cuidadores, para desenvolver ou aprimorar certas competências, podendo se deparar, como por exemplo, com doentes com dificuldades de compreensão, de expressão, de audição, de deglutição e de toda a motricidade orofacial.
Então, deverá avaliar a linguagem, a voz, a audição, a motricidade orofacial, a deglutição e toda a sua comunicação em geral.
Quanto à linguagem, podem surgir inúmeras complicações, logo o trabalho do Terapeuta da Fala é reabilitá-la ou reajustá-la, de forma a que haja uma maior integração social. Por vezes, a linguagem oral é dificilmente recuperada, cabendo a este profissional arranjar métodos que auxiliem ou substituam a fala.
Relativamente à deglutição, certos utentes podem apresentar disfagia, sendo esta a dificuldade de executar a deglutição (engolir), podendo causar desidratação, desnutrição e pneumonia por aspiração. O Terapeuta da Fala tem então de reabilitar esta função observando diversos sinais, como: tosse durante as refeições, engasgos frequentes, sialorreia, dor ou dificuldade em engolir, entre outros. Quando intervimos nesta “área”, o nosso principal objetivo é que o utente se alimente por via oral, sem desconforto, orientando o utente e os seus cuidadores para a consistência dos alimentos e para as manobras e posturas corretas, para que este tenha uma deglutição segura.
Já a nível da motricidade orofacial, o trabalho diz respeito ao reajustamento das funções estomatognáticas (respiração, fala, deglutição, mastigação e sucção), ou seja, deverão ser observadas as alterações anatómicas e funcionais dos órgãos fonoarticulatórios. E, na intervenção, deverá favorecer o equilíbrio muscular orofacial, bem como cervical, promovendo a correta postura, movimento e tonicidade dos músculos.
Ou seja, o objetivo do Terapeuta da Fala nestas unidades é comum ao dos outros profissionais envolvidos, melhorar a qualidade de vida e promover o bem-estar dos doentes, respeitando a dignidade destes, que se encontram numa fase final da vida.

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